quarta-feira, 8 de abril de 2009

Inteligência Emocional

Desde sempre que de uma forma geral nos sentimos atraídos ou temos admiração por pessoas possuidoras de uma excepcional inteligência, pessoas que sabem utilizar as suas capacidades cognitivas para resolver os mais variados problemas. Consciente desse facto e dada a conjuntura que nos obriga a superarmo-nos, o Presidente da República, Dr. Aníbal Cavaco Silva no âmbito das comemorações do bicentenário da segunda invasão Francesa, lembrou que foi”com engenho e inteligência” que no passado enfrentamos a adversidade da invasão e que hoje, deverá ser exactamente com essa atitude que devemos enfrentar as adversidades da crise económica.

A inteligência como processo cognitivo baseado apenas na racionalidade é importante mas por si só não é suficiente para que se possa ter uma inteligência “útil”, podendo até mesmo levar a decisões erradas. Para conseguirmos chegar a uma decisão equilibrada e consequentemente de sucesso temos que estabelecer um equilíbrio entre a mente emocional e a mente racional, estas duas perspectivas combinadas e equilibradas são o caminho para as decisões mais acertadas. A inteligência emocional é descrita pela abordagem de Mayer e Solovey como “a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimila-la ao pensamento, compreender e racionar com ela, e saber regular em si próprio e nos outros” A inteligência emocional deve ser vista como um complemento da forma de pensar racional, é por meio da nossa inteligência emocional que nos conseguimos adaptar ao meio com sucesso e conseguimos dar as respostas adequadas e que melhor nos servem. Devemos usar as nossas emoções de forma a maximizarmos a nossa mente racional, e não substituindo esta última, indo ao outro extremo ou seja reagir de forma irracional.

De uma forma geral, excepção feita a pessoas que possuem doença cerebral (eg. Alexithymia) que lhes impossibilita de sentir emoções, todas as pessoas possuem simultaneamente inteligência cognitiva e inteligência emocional. Sendo que é esta última que mais contribui para as qualidades que nos tornam plenamente humanos”. Todos nós podemos treinar as nossas emoções, a nossa própria inteligência emocional basta para tal desenvolvermos e focarmos esforços em melhorar as competências que a compõe:

• Competências pessoais
• Competências sociais:

As competências pessoais que estão ligadas à inteligência emocional estão relacionadas com a necessidade de vivermos bem connosco próprios e termos capacidades de auto-desenvolvimento. Devemos desta forma desenvolver uma boa capacidade de auto-análise sempre na perspectiva de melhoria de aspectos pessoais menos positivos partindo do pressuposto que conseguimos fazer uma análise crítica de nós mesmos. Auto-confiança, ou seja, ter uma atitude de confiança para com os nossos próprios actos e pensamentos levando a que não pressuponhamos à partida que qualquer acto nosso venha a ter um mau resultado mas antas pelo contrário, desenvolvermos uma atitude positiva sobre as nossas capacidades. Capacidade de iniciativa, antecipar e desenvolver respostas por iniciativa própria. Há no entanto outras capacidades importantes como por exemplo capacidade de auto-realização, de execução entre outras.

No entanto, não trabalhamos isolados, necessitamos de nos relacionar com o outro, ou seja temos a necessidade de desenvolver competências sociais. É fundamental possuir uma boa capacidade de relacionamento interpessoal ao trabalharmos em equipa, fazendo-se entender bem por meio de uma boa capacidade de comunicação, tendo sempre uma atitude de simpatia e empatia, contribuindo assim para um bom ambiente de trabalho. Devemos também possuir uma boa capacidade de apresentar criticas bem como de as receber por forma a criar uma abertura e disponibilidade entre os pares criando desta forma um ambiente que permite a evolução e aprendizagem contínua.

Em ambas as competências é necessária capacidade de adaptação e percepção sabendo gerir as nossas emoções e as dos outros. O ambiente organizacional esta em constante mutação sendo importante sabermos lidarmos com as sensações (ex.: ansiedade, tristeza, irritabilidade, frustração, stress), sensações essas que nascem a nossa capacidade do auto-conhecimento. As pessoas a quem falta esta capacidade estão constantemente em luta com sensações de angústia, enquanto aquelas que a possuem em alto grau recuperam muito mais depressa dos tombos que a vida nos obriga a dar. Bem como, é importante conhecermos as emoções do outro, ou seja, compreender os sentimentos e preocupações dos outros e as coisas do seu ponto de vista. A leitura de sinais sociais que indicam aquilo que os outros necessitam ou desejam torna-se bastante importante quando falamos de satisfação – no trabalho e com os colegas -, de trabalho em equipa, de justiça organizacional.

Ao desenvolvermos as competências que compõe a inteligência emocional seremos capazes de nos relacionais melhor com os outros e connosco próprios, estando assim reunidas as condições para que as equipas sejam mais coesas mais produtivas e cada elemento se sinta mais motivado. Com um relacionamento assertivo para com os outros e e mais felizes connosco próprios todos os obstáculos serão mais tarde ou mais cedo vencidos pela persistência colectiva e individual de cada colaborador pois a sua inteligência emocional está treinada para que em conjunto com a mente racional se lute e acredite no sucesso.

Somente com conhecimentos técnicos, uma boa capacidade de raciocínio e uma inteligência emocional treinada e equilibrada podemos almejar superar todos os obstáculos individualmente e colectivamente.